Tribunal de Contas realiza fiscalização inédita no Pronto Socorro de Nanuque

Na manhã desta quarta-feira (06/11), o Pronto Socorro Renato Azeredo, em Nanuque, foi surpreendido por uma visita de auditores do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG). A ação faz parte da “Fiscalização Ordenada de Saúde 2024”, uma operação inédita voltada para avaliar a qualidade dos serviços de saúde pública em municípios mineiros.

Tribunal de Contas realiza fiscalização inédita no Pronto Socorro de Nanuque
Foto: Reprodução / Internet
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Iniciada nesta terça-feira (05/11), a operação tem como foco principal hospitais e unidades de saúde em cidades com índices elevados de óbitos em comparação ao número de internações e atendimentos médicos. Em Nanuque, o pronto-socorro foi alvo de inspeções detalhadas por parte dos auditores. De acordo com o TCE, esses critérios foram o foco na seleção dos locais fiscalizados, com o objetivo de identificar problemas que possam impactar diretamente a saúde da população.

Essa fiscalização parece confirmar o que muitos moradores de Nanuque já diziam sobre o estado da saúde da cidade, muitas vezes chamado de "açougue" pela população. Há relatos de que pacientes entram com problemas simples e saem em situações críticas ou até falecem. A cidade já contemplou inúmeros óbitos atribuídos a possíveis erros médicos, falta de qualidade no atendimento e insuficiência de investimentos na saúde.

Durante a fiscalização, os auditores têm à disposição um sistema digital para registrar qualquer irregularidade. Assim que uma anomalia é constatada, o auditor a insere em um questionário eletrônico, que é enviado instantaneamente para a sala de controle do TCE em Belo Horizonte. “A operação busca reunir dados em tempo real, o que possibilita uma resposta rápida e direcionada para eventuais problemas encontrados nas unidades de saúde”, explicou Thiago Henrique da Silva, coordenador de Auditorias dos Municípios do TCE-MG.

Segundo Thiago, cerca de 70% da população mineira depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), o que torna essa fiscalização uma prioridade para o tribunal. A auditoria vai se concentrar em 11 eixos temáticos, mas os detalhes específicos não foram divulgados para preservar a integridade do processo.

“Esses dados serão analisados e, em uma segunda etapa, retornaremos às unidades de saúde para verificar se as irregularidades foram solucionadas e entender as justificativas dos gestores para os problemas identificados. Em casos mais graves, o TCE poderá tomar medidas processuais e expedir representações, a fim de garantir o saneamento das falhas”, acrescentou o coordenador Thiago Henrique.

A “Fiscalização Ordenada de Saúde 2024” é vista como um marco no acompanhamento da saúde pública em Minas Gerais, destacando-se pelo uso de tecnologia para monitoramento em tempo real e pela abrangência no levantamento de dados. A expectativa é que o TCE-MG possa, com essa operação, trazer melhorias significativas para o atendimento de saúde na rede pública do estado.