Traficante que baleou jovem em Queimados no Rio de Janeiro, pode ter sido morto pela própria facção

Polícia investiga suposta execução de Testa de Ferro, ordenada pelo Comando Vermelho

Traficante que baleou jovem em Queimados no Rio de Janeiro, pode ter sido morto pela própria facção
Foto: Reprodução / Internet
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Investigadores da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) estão apurando se o traficante conhecido como Testa de Ferro foi assassinado por ordem de chefes do Comando Vermelho (CV). Ele é acusado de atirar na cabeça de Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, durante um baile funk de Réveillon, em Queimados, no Rio de Janeiro.

Conforme informações preliminares, a liderança da facção teria ordenado a execução para evitar desdobramentos negativos após o ato violento, considerado extremo e desnecessário. A ação de Testa de Ferro teria irritado os chefes do CV, que temiam atrair atenção indesejada para a organização criminosa.

O INCIDENTE NO BAILE FUNK

A confusão aconteceu no dia 1º de janeiro, quando Kauan teria pisado no pé de Testa de Ferro durante a festa em São Simão, comunidade onde o traficante era apontado como chefe do tráfico local. Irritado, o criminoso teria exigido desculpas do jovem, que, segundo testemunhas, ficou nervoso e não conseguiu se retratar.

A reação do traficante foi imediata e fatal: ele sacou uma arma e atirou contra a cabeça do jogador de futebol amador, deixando-o em estado gravíssimo. Kauan foi socorrido e levado inicialmente à UPA de Queimados, mas devido à gravidade do ferimento, foi transferido para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Kauan Galdino, de 18 anos, teve morte cerebral nesta sexta-feira (03/01). A família dele autorizou a doação dos órgãos a ‘pacientes que aguardam na fila de transplantes’.

EXECUÇÃO DE TESTA DE FERRO

Após o ataque, a atitude de Testa de Ferro gerou repercussão negativa até dentro da própria facção. Segundo fontes próximas às investigações, os chefes do Comando Vermelho temiam que a brutalidade prejudicasse o controle da facção na região. Para evitar maiores problemas, a liderança teria decidido pela eliminação do traficante.

Os investigadores estão trabalhando para confirmar a veracidade das informações sobre a execução e também para entender as dinâmicas internas que levaram à possível morte de Testa de Ferro.

APOIO E SOLIDARIEDADE

Enquanto a polícia segue com as apurações, amigos e familiares de Kauan Galdino têm feito apelos por solidariedade. “Estamos lutando pela vida dele. Cada doação de sangue é uma esperança a mais para o Kauan”, disse um parente próximo.

O caso chocou a comunidade local, que vive sob constante tensão devido à presença do tráfico de drogas. “Esse tipo de violência é o reflexo de um sistema que precisa mudar urgentemente”, declarou um morador que preferiu não se identificar.

A DHBF segue com as investigações, buscando esclarecer os detalhes tanto do atentado contra Kauan quanto do destino de Testa de Ferro.